domingo, 22 de dezembro de 2013

Visão do Destino

Tudo ele soube.
Tudo ele saberá.
O Destino caminha em seu longo jardim,
E observa o encontro de duas almas. 

Uma iniciativa, um novo passo.
Um caminho se abriu no meio dos arbustos.
Ele não estava ali antes.
Mas eles devem seguir por onde desejarem.

Sentimentos vão surgindo,
Guiando suas palavras,
Suas vontades. 

Destino continua observando seu livro.

Há algo novo.
Folhas em branco,
Uma história que ainda será contada. 
E o Destino se interessou ainda mais por essas almas.

Flávio Moraes
(22/12/2013)

Ancestral

Uma árvore. 
Ancestral ela é. 
Um grosso tronco,
Galhos que quase alcançam o céu.

Suas raízes vão fundo
Em nossa alma. 
Elas podem chegar até você,
Em sua alma. 

Uma árvore.
Ancestral ela é.
A marca de um encontro,
Ramificação de um caminho.

Suas folhas balançam
E são levadas pelo vento.
Suas flores
Trouxeram coragem aos homens.

Uma árvore.
Ancestral ela é.
Faz parte da vida,
Mas pode trazer a morte.

Flávio Moraes
(22/12/2013)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Café

Manhã, com o vapor do café,
Me lembro de certas coisas.
Em um mundo negro e quente eu me perco,
Mas o café continua doce.

Vou sorrir de certas lembranças. 
Vou me alegrar com os planos de um futuro incerto.
Vou me entristecer com outras lembranças.
Vou imaginar aqueles planos que nunca deram certo.

Certos caminhos não possuem fim,
Outros não possuem início. 

Seria tudo diferente se...
Seria tudo igual se...

Então olho para frente,
Uma nova xícara de café.
Mas quando olho para trás,
Apenas a borra de café que me restou. 

Uma nova manhã com o vapor do café.
Quero novamente me perder
Em um mundo negro e quente,
E que nunca deixe de ser doce.


Flávio Moraes
(09/12/2013)


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Fantasia

Palavras jogadas ao vento. 
Levadas para lugares distantes,
Longe de seu alcance.
Você não pode me ouvir.

Assim como o rugido de uma fera selvagem
As palavras podem assustar. 
Podem afastar todos ao redor.
Mas algumas precisam ser ditas.

O vento forte não leva a dor embora.
Ela fica, fincada em seu peito
Assim como a Excalibur presa em uma rocha.
Talvez alguém tenha força suficiente para retirá-la. 

Tudo não passa de um mundo mágico preso na realidade.
Espadas cravadas nos corações,
A força das feras nas palavras,
O caminho percorrido por todos é escuro.

No final o Sol pode estar lá
Sorrindo. 
No final a Lua pode estar lá
Chorando.

Eles olham por você, Filho do Universo.
Há muito mais dentro de você.
Basta coragem suficiente para criar. 
Libertar os sentimentos. 


Flávio Moraes
(05/11/2013)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Distante II

Passos, seguidos uns dos outros.
Caminhos que não mudam.
Árvores que parecem orientar seus observadores. 
Tempo que passa rápido e ninguém o sente.

Encontro você. 
Um sorriso em dois rostos. 
Dois caminhantes sem destino definido. 
Uma única história até que ela seja dividida.

As nuvens baixas trazem segredos.
O Sol não consegue aparecer. 
Tudo fica cinza, inclusive meus olhos.
Ninguém sabe o que pode acontecer. 

Distante, você estava tão longe.
Você está tão perto.
Distante, você continua tão longe.
Você nunca esteve perto.

Encontro você.
Olhares que não se encontram.
Dois caminhantes com destino definido, o fim.
As histórias já perderam o sentido.

Os passos continuam nos levando a algum lugar.
Os caminhos estão escuros e diferentes.
As árvores se calaram.
O tempo continua sem que ninguém o sinta. 

Um corvo se aproxima.
Eu sei o que ele quer.
Não é agora, mas ele vai esperar.
Seus olhos fitam minha alma.


Flávio Moraes 
(04/11/2013)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Chama

Queime rápido.
Não deixe migalhas espalhadas.
O Sol vem chegando
E as pessoas olham para ele com esperança.

Chama que aquece a alma, 
Devore tudo que estiver ao seu alcance.
Até que o nada seja tudo o que existe.
Logo, algo nascerá novamente.

O Sol já vem chegando
E as pessoas olham para ele.

Flávio Moraes
(30/10/2013)

Distante

Elas continuam a brilhar.
Estão distantes, mas olham todo o universo.
Elas olham até mesmo para mim.

Meu brilho se apagou.
Estou distante, mas olho todo o céu.
Tento encará-las, mas não consigo.

A Lua sabe como cuidar de suas criaturas noturnas.
Melancólicas e doces. 
Estou esperando a queda de uma estrela.


Flávio Moraes
(29/10/2013)